Convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) colombiano a acompanhar as eleições de 29 de maio, advogado argentino foi barrado em voo por orientação do setor de Migrações da própria Colômbia; magistrado do CNE reagiu e endereçou críticas ao presidente Iván Duque.
FELIPE BIANCHI / COMUNICASUL
Com ampla experiência em missões de observação eleitoral, Alejandro Rusconi entrou na lista dos impedidos de testemunharem presencialmente as eleições do próximo domingo (29), na Colômbia. Convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) colombiano, o advogado argentino foi impedido de embarcar no voo da Avianca de Buenos Aires a Bogotá na madrugada desta quarta-feira (25). No dia 22 de maio, a ativista estadunidense Terri Mattson passou por situação similar, tendo sido impedida de adentrar ao país governado por Iván Duque e, ao fim, deportada.
Secretário de Relações Internacionais do Movimento Evita, Rusconi denuncia que a ordem para que fosse barrado partiu do setor de Migrações do Estado Colombiano. “Os funcionários da Avianca disseram que havia um email do setor de Migrações ordenando que não me deixassem decolar naquele vôo”, revelou, “e que estava grafado em cor amarela que o e-mail não poderia ser mostrado ao passageiro”.
#Urgente #Hoy al intentar tomar el vuelo de @Avianca destino a Bogota, no se me dejo partir por orden de Migraciones Colombia, fui invitado por el @CNE_COLOMBIA cómo Observador Internacional en las elecciones presidenciales , el mismo estado que pago mi pasaje no me deja entrar pic.twitter.com/Obqfa9ucBp
— alejandro rusconi (@ale_rusconi) May 25, 2022
Segundo Rusconi, a situação inédita em sua trajetória como observador internacional em diversos processos eleitorais é ainda mais grave pela contradição entre os órgãos de Estado colombianos. “Fui convidado e tive a passagem aérea paga pelo Conselho Nacional Eleitoral. Ou seja, o mesmo Estado que me pagou pela viagem, me proíbe de viajar”, asseverou.
Magistrado do CNE, órgão responsável pelo convite, Luis Guillhermo Pérez manifestou-se sobre o caso no Twitter, em recado endereçado ao presidente Iván Duque e ao setor de Migrações: “Isto não faz bem algum nem ao seu governo e nem à democracia”.
Sr @IvanDuque @MigracionCol, Alejandro Rusconi @ale_rusconi ha sido invitado con gastos pagos por el @CNE_COLOMBIA para observar la elección presidencial, se le ha impedido abordar por orden de @MigracionCol esto no le hace bien ni a su gobierno ni a la democracia, rectifiquen. https://t.co/QZVwROCnF6
— Luis Guillermo Pérez (@LuisGPerezCasas) May 25, 2022
Na primeira quinzena de maio, Rusconi participou de uma live da ComunicaSul, grupo de comunicadores brasileiros que estão na Colômbia para a cobertura das eleições. Na ocasião, o argentino comentou a importância de que observadores internacionais e jornalistas independentes acompanhem de perto os processos eleitorais no continente: “”Na Colômbia, apesar de ter-se chegado a um acordo de paz, o massacre de líderes sociais continua”, recordou. “É muito importante que haja participação nessas eleições da Colômbia, agora, e no Brasil, em outubro, do ponto de vista jornalístico e dos observadores independentes, para garantir que esses processos transcorram com absoluta normalidade e que possam ser realizados em condições de paz”.
*Atualizada às 15h20 (Brasília) de 25 de maio de 2022
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