Luisa, candidata do movimento Revolução Cidadã, assumiu compromisso em encontro com agricultores e pecuaristas da província de Carchi (Los panas de Luisa & Andrés)

Candidata Luisa González denunciou que neoliberais “querem um Estado ausente para que o maior, aquele com mais peso econômico ou político, esmague os menores”

Hora do Povo

Em encontro com agricultores e pecuaristas da província de Carchi, domingo (3), a candidata do movimento Revolução Cidadã à presidência do Equador, Luisa González, reafirmou seu compromisso com a “redução dos juros e a elevação dos créditos para os produtores”, que considera elementos fundamentais para a retomada da geração de empregos.

Luisa anunciou que serão perdoadas as dívidas de até 10 mil dólares (cerca de 50 mil reais) com o Banco Equador e que será renegociado o eventual excedente, “a fim de que todos os produtores sejam retirados da área de risco e possam ser sujeitos de crédito”. “Digamos que a dívida seja de 15 mil. Nós como Estado perdoamos 10 mil e os cinco mil restantes vamos reestruturar, vamos refinanciar, segundo sua capacidade”, se comprometeu a candidata, anunciando que a mesma prática será adotada para os pesqueiros artesanais, “porque este é um dos problemas que temos na costa”.

“Temos que ajudar todos a seguir em frente, com o apoio do Estado”, declarou Luisa, frisando que a prioridade deve ser a criação de milhares de empregos e “a agricultura, o setor primário, é o que mais aglutina mão de obra”.

DESGOVERNOS SALVARAM OS BANCOS

“Perder nossas terras por não poder pagar créditos agrícolas de 10 mil ou 15 mil dólares é nos condenar à quebra e à pobreza. Um dia este país, vocês, nós todos, salvamos os bancos com o nosso dinheiro”, protestou Luisa, recordando da crise de 1999, que resultou no fechamento de 75 dos 100 bancos do país.

Na época, o governo de Jamil Mahuad decretou o “feriado bancário”, congelando depósitos e poupanças, além de desvalorizar o sucre. Derrotado Mahuad por uma insurreição indígena-militar, Gustavo Noboa assumiu a presidência e trocou o sucre pelo dólar estadunidense.

INVESTIMENTO NA MALHA VIÁRIA

Outro ponto que a candidata oposicionista considera chave para escoar a produção é a qualidade da malha viária que, após ter sido expandida pelo presidente Rafael Correa (2007-2017), foi completamente abandonada pelos governos neoliberais de Moreno e Guillermo Lasso.

“As rodovias estão destroçadas. Vamos reabilitar mil pontos da rede viária largadas por total falta de manutenção. Foram seis anos sem investimento! Ainda bem que foram bem feitas, mas há zonas que ficaram devastadas. Então aplicaremos os recursos necessários e as ampliaremos”, ressaltou.

Luisa lembrou que esta será uma gestão muito curta, de apenas um ano e meio, o que aumenta a responsabilidade. “Há um Equador que está de joelhos e a primeira coisa que vamos fazer é, juntos, homens e mulheres, cidade e campo, colocarmos de pé esta bela Pátria”, frisou.

A candidata correísta defendeu um rígido controle sobre os créditos. “Como pagar um crédito de 18%, 15% ou 12%, quando necessitamos reativar a economia nacional? Isso é impossível, é condenar os produtores à quebra. Por isso vamos reativar 500 milhões de dólares por meio dos bancos públicos, com a Corporação Financeira Nacional (CFN) e o Banco Equador. Vamos devolver a institucionalidade, dar crédito produtivo às pequenas e médias empresas, às pequenas e médias indústrias e as taxas não poderão passar de 7%. Mais do que isso é condená-los a quebrar porque os juros os comem”, acrescentou.

Questionada sobre o problema do leite em pó importado, Luisa disse que será priorizado o produto nacional e garantido “que se pague um preço justo”. Além disso, assegurou que seu governo atuará para que não seja utilizado soro de leite, porque “isso não é só um problema dos produtores, mas dos consumidores”. “Todos pensamos que estamos comprando leite puro e estamos dando soro de leite para os nossos filho, quando em países como o Chile é utilizado para alimentar porcos”, lembrou.

“Onde está o Estado para que regule e controle? Ausente. É isso o que querem: um Estado ausente para fazer o que lhes dá na gana, para que o maior, aquele com mais peso econômico ou político – quando chega a instâncias governamentais – esmague os menores”, condenou Luisa, reiterando que esta lógica será revertida.

 

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