Presidente Evo Morales confirmou presença na série de atividades e homenagens,ao lado dos filhos do guerrilheiro que tombou pela liberdade
Leonardo Wexell Severo
Com debates, exposições culturais e mostras musicais, lideranças políticas, artistas, intelectuais e representantes de movimentos sociais participarão, em Vallegrande, de 5 a 9 de outubro, do Encontro Mundial “50 anos do Che na Bolívia”, sublinhando seu legado anti-imperialista e de amor à Humanidade.

O presidente Evo Morales, os quatro filhos de Ernesto “Che” Guevara (Aleida, Célia, Camilo e Ernesto) e delegações de diversos países confirmaram presença nas homenagens ao guerrilheiro heróico, que após contribuir com a libertação de Cuba e auxiliar na luta contra o colonialismo no Congo, tombou combatendo o domínio estadunidense no Continente.

“A Pátria e a soberania são defendidas com a vida’”, sublinhou o presidente boliviano, citando o “exemplo revolucionário”, de entrega e abnegação com que Che enfrentou os inimigos das nossas nações e povos. “Por isso, estará sempre presente conosco, é nossa inspiração de luta, de trabalho e, sobretudo, de esperança para as futuras gerações”, frisou. Para Evo, “Che vive na luta dos povos do mundo porque, sem se importar com fronteiras, combateu as injustiças do imperialismo”.
Entre outros pontos, os participantes vão debater como as concepções profundamente humanistas e revolucionárias do Che estavam alicerçadas em valores essenciais como o enfrentamento a toda e qualquer forma de opressão política e econômica, de defesa intransigente da igualdade e da solidariedade entre os indivíduos e povos.
TÂNIA, A GUERRILHEIRA – O líder boliviano também recordou a dedicação e o desprendimento da única mulher na guerrilha de Che, a combatente germano-argentina Tamara Bunke Bider – que ficou conhecida como Tânia -, assassinada no dia 31 de agosto de 1967, durante uma emboscada no Rio Grande.
“Realizaremos uma grande manifestação de massas, com milhares de pessoas, na pista do aeroporto de Vallegrande para relembrar. Porque foi ali, ao lado da pista, que em junho de 1997 os restos de Che e de outros guerrilheiros foram encontrados em uma vala comum”, declarou o vice-ministro da Coordenação com os Movimentos Sociais, Alfredo Rada.
“Jovens das novas gerações do Chile, Peru e Argentina e de várias partes do mundo confirmaram presença no evento”, informou a ministra da Cultura, Wilma Alanoca, dando ênfase na disposição das delegações de fazer do encontro um “marco na luta anti-imperialista”.
Para o cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez, que dedicou várias de suas canções a Che, como “A era está parindo um coração” e “Fuzil contra fuzil”, “é preciso compreender a dimensão de sacrifício deste homem, sua ideia de internacionalismo como ato supremo de solidariedade, como expressão máxima da condição humana”. “Porque Ernesto Guevara não teve interesses mesquinhos: foi um inconformado radical, um iconoclasta que pôs sua própria pele à frente para dar um sentido superior, maior que a sua própria vida, a vida de todos. Por isso tem sido lucidez inspiradora de atos, poemas e canções em muitos momentos e lugares. Esta é a razão dos jovens do mundo o levarem como emblema. Por isso, os cubanos andamos com seu espírito de solidariedade em atividades na saúde, educação, cultura, esporte e amizade entre os povos”, concluiu Silvio.
Com o apoio de professores e do método cubano “Sim, eu posso”, a Bolívia erradicou desde 2008 o analfabetismo e na área da saúde tem obtido avanços excepcionais contando com a presença de centenas de médicos da Ilha caribenha, que também acolheu cinco mil jovens bolivianos para estudar na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM).

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