Quadricópteros passaram a lançar bombas que explodem fragmentos que mal podem ser vistos a olho nu, alertou o doutor Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, ferido no quinto ataque israelense ao local

“Quadricópteros de Israel lançam bombas que espalham fragmentos mortais”, alerta doutor Hussam Abu Safiya (Montagem)

O Hospital Kamal Adwan, na área do Projeto residencial Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, foi alvo de ataques com uma nova arma israelense no último domingo (1): “drones que lançam bombas repletas de estilhaços contra qualquer um que se mova”. A denúncia é do diretor do hospital, Hussam Abu Safya, ele próprio internado após ter sido vítima destes armamentos.
“A situação se tornou extremamente perigosa. O Hospital Kamal Adwan foi submetido a um ataque brutal por drones e, mais uma vez, a ocupação está concentrando seus ataques em equipes médicas. Momentos atrás, três de nossa equipe médica ficaram feridos, um dos quais está em estado crítico e passando por uma cirurgia complexa”, revelou Hussam.
“Estamos exaustos pela violência e as atrocidades contínuas. Por que somos submetidos a tamanha brutalidade? Todos os dias, o hospital tem sido sistematicamente alvo”, acrescentou. Entre os gigantescos desafios, apontou, está o fato de lidar com a falta de equipamentos, remédios e insumos necessários, barrados por Israel, que tenta impedir até mesmo a entrada de ambulâncias, que chegam com dificuldade, muitas vezes cravejadas de balas.
Hussan explicou que por trás de cada uma das vítimas, tratadas pelos racistas israelenses como “alvo, já se sabe que há um rastro de destruição e devastação”. “Então nós consertamos e eles retornam para o alvo novamente”, denunciou, frisando que são “ataques estratégicos e contínuos de Israel aos sistemas vitais de infraestrutura e à equipe do hospital”.
Com conhecimento de causa, Hussan compartilhou sua mensagem pelas redes sociais desde a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde está internado. Muitos outros não tiveram a mesma sorte, relatou. “A cena humanitária no norte da Faixa de Gaza aproxima-se de uma catástrofe absoluta como resultado da atual agressão israeliense, uma vez que mais de 200 palestinos foram martirizados nas últimas 48 horas e os seus corpos ainda estão sob os destroços, sendo vigiados pelos agressores, os que vão tentar retirar os que sobreviveram sob escombros, são também atacados”, lamentou.
Diante deste circo de horrores causado pelo apartheid, o médico apelou ao mundo e às instituições internacionais, bem como à Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir proteção a todos os profissionais do setor, incluindo os de Gaza.
No final de outubro, após bombardear repetidamente o hospital – que abrigava então mais de 150 crianças, feridos, pacientes e equipe médica – o exército de ocupação invadiu o centro de saúde e forçou todos a se reunirem no pátio. Além de separar homens, mulheres e crianças, interrogaram, abusaram e agrediram qualquer pessoa com mais de 13 anos, incluindo os profissionais de saúde. Para deixar claro seu propósito, os israelenses bombardearam a estação de oxigênio do hospital, ameaçando as vidas dos 15 pacientes na UTI. A ação fez com que várias crianças já tenham morrido devido à escassez de oxigênio.
O Observatório Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos confirmou ter documentado um número crescente de assassinatos cometidos pelas tropas de Netanyahu através de disparos diretos e do lançamento de bombas explosivas a partir dos quadricópteros, como parte do genocídio praticado e televisionado desde o dia sete de outubro de 2023.
Por meio de um comunicado, o Observatório frisou que o exército israelense utiliza estes drones eletronicamente e remotamente, para múltiplos fins, desde a vigilância e espionagem, intimidando civis com seus sons potentes e irritantes, até o mais criminoso: para matar e mutilar palestinos.

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