Candidata larga na frente na disputa pela presidência e defende que o Estado esteja a serviço da população e não dos que “desmantelaram tudo, desde o sistema de segurança até a educação e a saúde pública” para atender interesses privados e dos banqueiros
CAIO TEIXEIRA E LEONARDO WEXELL SEVERO
Direto de Quito
Com 90% das urnas apuradas, a candidata do movimento Revolução Cidadã (RC) à presidência do Equador, a advogada Luisa González lidera a disputa rumo ao segundo turno, somando 33% dos votos (3,3 milhões) contra 23,73% (2,16 milhões) do magnata Daniel Noboa.
“Esta foi a primeira vez que uma mulher conquista tão alta porcentagem de votos no primeiro turno, ganhando as eleições para ser a presidenta da República do Equador e conduzir os destinos da Pátria”, comemorou Luisa, na coletiva de imprensa, domingo (20) à noite, no Centro de Formação Monsenhor Leonidas Proaño.
Apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que por ser perseguido político está exilado na Bélgica, a candidata disse estar confiante na caminhada até o segundo turno das eleições em 15 de outubro.
Luisa González recordou que “muitas de nós temos sido invisibilizadas e hoje começamos a escrever uma história diferente e celebraremos em nome de todas as mulheres”. “Avancemos com fé junto a Andrés Arauz, junto à Revolução Cidadã construiremos uma nação digna, segura, de paz, amor e tranquilidade”, acrescentou.
Com firmeza, denunciou a “campanha suja” e o clima de terror que se instalou no país, frisando que “o panorama mudou após o assassinato de um candidato (Fernando Villavicencio)” para prejudicar a campanha progressista. “Todos temos consciência de que este trágico acontecimento alterou o quadro político. Haveríamos ganho no primeiro turno, mas agora o país deverá esperar mais”, ressaltou.
Para a candidata do RC, o Estado deve ser fortalecido e posto a serviço da população e não dos que “desmantelaram tudo, desde o sistema de segurança até a educação e a saúde pública” para “atender a interesses privados e dos banqueiros”.
Contrariando as especulações e boatos da grande mídia dizendo que Jan Topic iria disputar o segundo turno com Luisa Gonzáles, o “candidato Rambo” não passou do quarto lugar, com menos de 15% dos votos. Até mesmo Christian Zurita, substituto de última hora de Fernando Villavicencio, o candidato assassinado, chegou em terceiro, na frente de Topic.
Daniel é empresário, dirigente da Corporação Noboa, pertencente ao seu pai, o multimilionário Álvaro Noboa que disputou cinco vezes a presidência do Equador sem lograr êxito em nenhuma delas. O grupo atua na produção, manufatura, comércio e exportação de café, bananas e frutas em geral. Noboa defende um alinhamento com os Estados Unidos.
Na coletiva de imprensa, respondendo a uma pergunta sobre o que seria a expressão “Lasso 2.0”, utilizada por ela, Luisa Gonzáles explicou que o atual presidente Guillermo Lasso é um empresário que sabe dirigir sua empresa, mas não entende absolutamente nada da realidade do sofrimento do povo e, por isso, seu governo só beneficiou os bancos. “Não queremos um presidente que governe para suas empresas e deixe de atender as necessidades do povo. Não queremos um Lasso 2.0”, enfatizou.
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