Trabalhadores foram demitidos por tentar criar Sindicato
Um vídeo sobre a luta dos motoristas da linha 49 de Assunção, que permaneceram quatro meses crucificados em frente ao Ministério do Trabalho do Paraguai no ano passado, começa a ser divulgado nas redes sociais. Após quatro meses embaixo de lonas, expostos às intempéries e a todo tipo de abusos e repressão, o movimento conseguiu o reconhecimento da entidade.
Produzido por Nicolas Honigesz, cinegrafista da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), com apoio do jornalista Leonardo Severo, assessor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o vídeo é parte de um documentário sobre a greve geral contra o governo do presidente Horacio Cartes, ocorrida nos dias 21 e 22 de dezembro último.
Os trabalhadores haviam iniciado um trâmite para a criação da sua entidade sindical em junho de 2015, quando foram demitidos arbitrariamente pela empresa e perseguidos pela “lista negra” que fecha as portas para todo aquele que busca seus direitos constitucionais. Com os filhos obrigados a abandonarem os estudos por falta de material escolar, vendo a fome bater à sua porta, a decisão foi tomada. Tão dolorosa e dolorida quanto inevitável, afirmaram.
Assim, desde o dia 30 de junho se mantiveram crucificados, embaixo de lonas no centro de Assunção para denunciar a criminosa ação antissindical tomada pelo dono da empresa, deputado Celso Maldonado. Contando com a imunidade emanada da cumplicidade do governo do presidente Horacio Cartes, e particularmente do seu ministro do Trabalho, Guillermo Sosa, o parlamentar-proprietário demitiu 51 trabalhadores ilegalmente. E na mesma linha de perseguição e criminalização dos movimentos sociais adotada por Cartes, os deixou sem salários nem direitos.
Após uma ampla pressão que envolveu o conjunto das centrais sindicais e a ação solidária da sociedade, o governo reconheceu, ainda que provisoriamente o Sindicato. A mobilização prossegue para garantir o pleno reconhecimento e a contratação de todos os demitidos.