Jornal Clarín se recusa a cumprir Lei de Meios
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A Rede ComunicaSul Comunicação Colaborativa participará, na Argentina, do chamado 7D, quando os meios de comunicação que detêm mais veículos que o permitido pela nova Lei de Meios terão que se desfazer de parte de suas concessões. Os jornalistas Vanessa Silva e Leonardo Wexell Severo, irão acompanhar, no país vizinho, as manifestações e atividades que serão realizadas no país, na semana do dia 7 de dezembro, quando o grupo Clarín, o maior conglomerado de mídia do país vizinho, terá que apresentar sua proposta para enquadrar-se na lei que define que o setor tem que ser dividido em 33% para o setor privado, 33% para meios públicos e 33% para veículos educativos e comunitários.
Serão organizadas manifestações em apoio à medida do governo de Cristina Kirchner, que prevê a democratização da comunicação no país, e também contra, chamada por setores descontentes que, inclusive, já vêm se manifestando nos últimos panelaços que ocorreram no país vizinho.
Em outubro, o relator especial da ONU para a promoção da liberdade de opinião e expressão, Frank de la Rue, classificou a lei argentina como “um modelo para todo o continente e para outras regiões do mundo. Essa é uma lei muito importante. Eu a considero um modelo e a mencionei no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. E ela é importante porque para a liberdade de expressão os princípios da diversidade de meios de comunicação e de pluralismo de ideias é fundamental”, disse o relator após uma reunião com Martín Sabbatella, titular da Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual).
Essa não é, no entanto, a opinião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP na sigla em espanhol). O organismo que reúne proprietários de grandes veículos no continente, em reunião realizada em São Paulo, como denuncia o jornalista e escritor Paulo Cannabrava Filho, “traçou a estratégia de guerra a ser iniciada por todas as empresas filiadas para denunciar o que eles consideram ‘violação à liberdade de imprensa’. Os grandes monopólios midiáticos brasileiros já iniciaram a demonização de Cristina Kirchner e a tentativa de convencer a opinião pública de que um governo que se atreve a limitar a liberdade e a fonte de poder deles deve ser deposto”.
Assim, a data será de grande importância para o debate em torno da democratização da comunicação em nosso continente. Por isso, e diante do êxito da cobertura das eleições de outubro na Venezuela, os diferentes meios que compõem a ComunicaSul (Portal do Mundo do Trabalho, Hora do Povo, Brasil de Fato, Portal Vermelho) resolveram refazer a experiência de enviar jornalistas para cobrir o fato. Em Caracas, com textos, fotos e vídeos postados no www.comunicasul.blogspot.com.br, a rede trouxe informações fundamentais para fazer o contraponto às informações da imprensa privada brasileira e das agências internacionais.