Jonatas Campos, Barquisimeto – Venezuela

Candidato em caravana pelas ruas de Barquisimeto.
Foto: Jonatas Campos

Com prazo de apenas um dia para fazer campanha eleitoral (oficialmente se encerra as zero hora desta sexta-feira 12), o presidente e candidato a reeleição Nicolás Maduro tem percorrido diversos estados no interior do país, seguindo um ritmo frenético de, pelo menos, três por dia, deixando para hoje (11) o grande encerramento na capital, Caracas.
Ontem ele aproveitou os atos para anunciar investimentos e prestar contas do governo. Sempre chega dirigindo um ônibus de sua campanha. Maduro foi motorista do metrô de Caracas e sindicalista de sua categoria. Tem arrastado multidões na mesma forma que seu predecessor, o ex-presidente Hugo Chávez, falecido no último dia 5 de março.
Ontem (10), no Estado Trujillo, anunciou a construção de um aqueduto, de um hospital oncológico e investimentos na agricultura. Também fez campanha pela tarde no Estado Falcón e pela noite, em Barquisimeto, capital do Estado Lara, fez duras críticas aos meios de comunicação privados do seu país. Na manhã desta quinta-feira (11) esteve no Estado Zúlia, de onde virá para realizar seu grande ato de campanha na capital.
Em Barquisimeto, mesmo as quase três horas de atraso não chegou a arrefecer os ânimos dos militantes. Muitos estavam por ali desde as primeiras horas da tarde. Boa parte da família de Chávez tem comparecido na maioria dos atos de Maduro, demonstrando unidade em torno do candidato. Duas filhas do líder bolivariano estiveram no palanque. A esposa do candidato, Cila Flores, advogada e liderança do chavismo, também é uma presença ativa na campanha.

Diferente do Brasil, onde a lei eleitoral não mais permite a exibições culturais, por onde Maduro faz campanha grupos de música regional, Hip Hop e outros ritmos animam a aglomeração. Barquisimeto é conhecida pela musicalidade e por ter a maior quantidade de tocadores de Quatro, instrumento originário da Venezuela.
Com o acirramento da campanha, o candidato do chavismo tem pedido para que seus militantes não entrem em provocação e nem no triunfalismo, demonstrando preocupação com a mobilização do próximo domingo, dia das eleições presidenciais.
O presidente reagiu à possibilidade do candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski, não reconhecer os resultados eleitorais, depois que se negou a assinar documento do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). “Nenhum país, exceto o império (Estados Unidos), vai apoiar essa loucura. Pensem em participar democraticamente do processo, pensem nos estados que lhes restam governar”, disse dirigindo-se aos líderes oposicionistas, dentre eles, Henri Falcón, governador de Lara.
Maduro atacou os meios privados de comunicação no país, afirmando que 80% das televisões e 90% dos jornais e rádios são privados e dão vantagem a Henrique Capriles. “Para eles, nós não existimos. Essa maré vermelha aqui em Lara não existiu. O povo para eles não existe”, atacou.

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