Protesto à noite em frente ao Ministério |
Leonardo Wexell Severo, de Assunção
Com cartazes condenando a onda de superfaturamentos e tochas erguidas para iluminar os descaminhos percorridos pelo governo Cartes, estudantes, pais e professores realizaram na noite de quarta-feira uma vigília em frente ao Ministério da Educação para exigir a imediata renúncia da ministra Marta Lafuente.
Entoando palavras de ordem como “corrupto não, não quero não, quero Pátria livre e educação”, os manifestantes denunciaram que o governo federal investirá apenas 1,6% na infraestrutura das escolas, que estão completamente sucateadas. Sem recursos para reformas, em muitas delas já ocorreram graves acidentes, com o teto despencando sobre a cabeça de alunos e professores. As condições de higiene também são precárias: 25% das escolas urbanas do país não dispõem de banheiros, com a comunidade escolar tendo de utilizar latrinas.
Condenando a “corrupção escancarada”, Ernesto Ojeda, dirigente da Federação Nacional dos Estudantes Secundaristas (Fenaes) ressaltou que “o dinheiro existe, mas está sendo desviado”. “O litro de leite que custa cinco mil guaranis no supermercado estava sendo comprado pelo Ministério a oitenta mil, enquanto para trocar o motor de um automóvel, que custa 10 milhões de guaranis, o governo paga 50 milhões”. “O fato é que as escolas estão abandonadas, com muitas salas superlotadas com até 60 alunos, sem almoço nem merenda escolar”, acrescentou.