por Renata Mielli, de Caracas
Durante pequena coletiva de imprensa realizada no centro de votação de Cátia, aonde votou Maduro às 14hs (15:30hs horário de Brasília), o presidente da Venezuela falou sobre seu desejo de que todos os venezuelanos inscritos exercessem seu direito ao voto e reafirmou que o governo bolivariano está aberto ao diálogo com toda a sociedade, mas que a revolução mudou valores e que não fará pactos com a burguesia e a elite.
E afirmou: “Somos um país democrático, que tem um sistema eleitoral perfeito. Se perder por um voto, perco. Se ganhar por um voto ganho. Eu vou ser presidente desta república, que ninguém se equivoque”.
Desde muito cedo os venezuelanos estão mobilizados para a eleição. Por volta das 5 horas da manhã já era possível fogos, bombas e cornetadas pelas ruas, uma tradição de mobilização dos chavistas.
Para a Venezuela esse é um dia histórico e envolto de muita emoção. Na saída das salas de votação, lágrimas nos rostos de homens e mulheres reforçam os laços emotivos que ligam o povo à revolução bolivariana.
Segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral, por volta das 14:30hs, mais de 11 milhões e 500 mil eleitores já haviam votado no país. As mesas eleitorais ficam abertas até às 18 horas, e enquanto houver pessoas na fila o voto está garantido.
“Se eu tivesse uma máquina dos sonhos e eu pudesse apertar um botão, eu queria que 100% dos venezuelanos votassem. É tão bonito votar, e é tão fácil”, disse Maduro.
Ele chamou todos os venezuelanos, em primeiro lugar a juventude, em segundo as mulheres que deixam para votar no final do horário. E por que? Perguntou Maduro. Porque as mulheres estão “preparando a comida da semana, a roupa das crianças. As mulheres tem a direção da casa. Hoje avançamos e os homens compartilham as questões da casa, mas as mulheres as dirigem. Por isso eu chamos as mulheres dos bairros, das comunidades, as universitárias, trabalhadoras, as mulheres que o comandante Hugo Chávez deu o posto de protagonista principal de nossa revolução. Nunca antes uma mulher foi tão reconhecida como nesta revolução, venham votar com seus filhos, com seus pais e netos”.
Em terceiro lugar, Maduro chamou a “toda a classe trabalhadora com consciência, livre”.
Maduro espera um recorde de participação eleitoral em todo o país. “É preciso ter altura ética quando se faz política com P maiúsculo”. Ele pediu que ïcesse a intolerância, o ódio, a violência, a mentira. Nós nunca mentimos para o nosso povo e nunca vamos mentir. Por isso não se deixe enganar. Eu peço paz para a pátria. Sabotaram o sistema elétrico, fizeram uma guerra suja contra a nossa campanha, e essa guerra psicológica para envenenar a todos contra o seu país. Isso é algo imperdoável”.
“Eu senti uma grande emoção a votar. E convido a todos a sentirem essa emoção por cumprir com um juramento feito e sentir-se tranquilo da alma, em paz e feliz, em meio a dor que sempre nos acompanha. Eu agradeço a todos que votaram pelo candidato da pátria, aos que votaram aos outros candidatos eu agradeço, porque vocês acreditam na nossa democracia”.
Ao ser questionado sobre a necessidade de um governo de conciliação na Venezuela Maduro foi taxativo: “O que temos que ter claro é que a palavra diálogo, vinculada ao velho conceito da democracia representativa de pacto com as elites e com a burguesia, isso se acabou aqui. Nosso pacto é com os trabalhadores, estudantes e professores. Temos compromisso com o diálogo bolivariano, que é com todo o país. Os que quiserem conversar venham, sempre estamos abertos a conversar sobre todos os temas. Na Venezuela há uma revolução e esta revolução mudou os valores, esse diálogo de pacto, de concertação com a burguesia, isso se acabou”.