Nicolás Maduro, durante encerramento de campanha nesta quinta-feira (25) (Foto: Prensa Presidencial – Venezuela)

Durante pronunciamento em Caracas, Maduro anunciou intenção de construir um grande consenso popular para recuperar o crescimento da Venezuela – e sem as elites

Guilherme Ribeiro, Diálogos do Sul Global

Nesta quinta-feira (25), Nicolás Maduro encerrou sua campanha presidencial na Venezuela com uma grande mobilização iniciada no estado de Miranda e que se estendeu até a avenida Bolívar, em Caracas.

Em seu pronunciamento, o presidente venezuelano anunciou que possui um decreto preparado, a ser divulgado em 29 de julho, que vai iniciar uma nova era de diálogos com o povo venezuelano:

“Um grande diálogo nacional, econômico, social, cultural e político com toda a sociedade, sem interferências estrangeiras. Um diálogo nacional inclusivo”, afirmou.

Segundo o líder chavista, a proposta é construir um consenso para consolidar o crescimento e a recuperação do país, enfrentar os bloqueios impostos pelo imperialismo e possibilitar a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e trabalhadoras.

“Há milhões de homens e mulheres na Venezuela e em todo o planeta assistindo a esta majestosa e monumental demonstração de vitória, de vitória popular”, acrescentou, ressaltando que essa será uma ação construída com as massas:

“Não é um diálogo de elites. É um diálogo político para desenvolver a democracia, a constituição, com os cidadãos comuns, com as forças do povo […] para aprofundar a democracia popular protagonista e a democracia direta com o povo”, destacou o presidente.

Expectativas e temores do chavismo

A jornalista Vanessa Martina-Silva, que está na capital venezuelana cobrindo as eleições, conversou com cidadãos presentes no ato desta quinta-feira.

“O sentimento entre os chavistas, militantes e dirigentes de organizações é de expectativa para o domingo, de que Maduro ganha, sim, as eleições, e a Revolução Bolivariana seguirá seu rumo”, relata a repórter.

Questionados sobre a hipótese de vitória da direita, os entrevistados afirmaram que continuariam mobilizados para evitar a perda de direitos e das conquistas da Revolução.

“Destacam a visão de que perderiam serviços sociais e o apoio a determinados setores da sociedade, como o pesqueiro”, explica Martina-Silva. A Venezuela oferece um amplo suporte à pesca tradicional, e a categoria dificilmente conseguiria manter as atividades caso a oposição vença e dê fim aos subsídios.

“Essa é a ideia que se tem do que seria a direita: um desmonte total das políticas e da Revolução como é vista hoje”, aponta a jornalista.

Festa da democracia

As ações de encerramento da campanha de Maduro contaram com atividades culturais, incluindo peças teatrais, apresentações circenses e participação de coletivos culturais. Milhares de venezuelanos lotaram as ruas de Caracas, um resultado da grande mobilização do chavismo.

Vanessa Martina-Silva encontrou ao menos três avenidas completamente tomadas: “Não dá pra ver o fim do povo. O clima é bem festivo. O que a gente vê é realmente a festa da democracia […] É um mar de gente!”, comenta em um vídeo publicação nas redes.

Confira:

Ainda segundo a repórter, desde o começo do dia diversas vias de Caracas foram fechadas diante da chegada de pessoas de diferentes pontos da capital venezuelana e de outros estados.

Na avenida principal, onde estava montado o palco de Nicolás Maduro, a concentração de pessoas era ainda maior. “É tradicional que o chavismo consiga lotar as avenidas. Caracas tem sete e eles definitivamente conseguiram tomá-las”, assinala Martina-Silva.

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