Além de tirar a vida do advogado José Alberto Domingo Montejo e do líder comunitário do Comitê de Unidade Camponesa (CUC), Marcelo Yaxón Pablo, que morreu nesta segunda (10), deixou em estado crítico a Gustavo Yaxón

Hora do Povo

O advogado e defensor dos Direitos Humanos da Guatemala, José Alberto Domingo Montejo, foi vítima de uma emboscada por homens armados numa estrada de terra em Amatitlán-Palín, Escuintla, na quarta-feira (5), quando realizaria trabalho com membros do Comitê de Unidade Camponesa (CUC). Também foram vítimas dos disparos Marcelo Yaxón Pablo, que veio a falecer no atentado nesta segunda (10), e Gustavo Yaxón, que se encontra em estado grave.

Em nota, o CUC denunciou “grande indignação, profunda dor e o mais enérgico repúdio diante dos bárbaros assassinatos de tão incansáveis defensores das comunidades indígenas e camponesas”. “Denunciamos e condenamos energicamente o atentado premeditado e planificado”, aponta o documento.

O manifesto acrescenta ter preocupação que “além dos despejos violentos, agora, como em épocas passadas, se assassine a defensores de direitos humanos”.

“INVESTIGAÇÃO VERDADEIRA E CAPTURA DOS RESPONSÁVEIS”

“Exigimos do Ministério Público, enquanto entidade responsável pela perseguição dos criminosos, e da Polícia Nacional Civil (PNC), uma investigação verdadeira, imediata e exaustiva, que conduza à captura dos responsáveis, tanto materiais como intelectuais, por estes terríveis crimes. É inadmissível que tais atos brutais fiquem impunes e que as vidas daqueles que lutam pela justiça e pelos direitos humanos sejam ceifadas de forma tão covarde”, frisou.

O Comitê de Unidade Camponesa reitera ainda que “os camponeses não descansaram até que se faça justiça e os culpados enfrentem as consequências de seus atos e que caia sob suas costas todo o peso da lei”. “Nossa solidariedade e apoio aos familiares e seres queridos de José Alberto, Marcelo e Gustavo neste doloroso momento. Seguiremos firmes em nossa luta pela verdade e a exigência da justiça”, encerrou o CUC.

GOVERNO DE ARÉVALO RECHAÇA ASSASSINATO

O presidente Bernardo Arévalo fez um pronunciamento diante de tão bárbaros crimes. “Como Governo, rejeitamos atos violentos que ameacem a vida e reiteramos o nosso compromisso com o respeito e a proteção dos defensores dos Direitos Humanos”, enfatizou. E acrescentou que “através do Ministério de Interior serão fornecidos os insumos e meios necessários para a realização de investigações que esclareçam a verdade e levem os responsáveis ​​​​à justiça”.

O Gabinete do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas (Oacnudh) “destacou a importância de garantir um ambiente seguro para o trabalho das organizações camponesas”. Ao mesmo tempo, “apelam às autoridades competentes para que realizem uma investigação rápida e imparcial, emitindo efetiva “solidariedade à família e às organizações que acompanham”.

A Comissão Nacional pela Paz e Direitos Humanos (Codepah) resgatou a trajetória e o compromisso do lutador. “Lamentamos a morte do advogado José Alberto Domingo Montejo, consistente defensor dos direitos humanos e dos povos indígenas. Nossa solidariedade e sinceras condolências às famílias e entes queridos. Pelo direito à vida. Descansem em paz”, concluiu.

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