Yamandú Orsi, ex-prefeito de Canelones, e Carolina Cosse, ex-prefeita de Montevidéu, candidatos da Frente Ampla à presidência e à vice (FA)

As quatro principais agências de pesquisas apontam vitória de Yamandú Orsi com 20% dos votos acima de Álvaro Delgado, pau mandado do presidente Lacalle Pou

A uma semana das eleições presidenciais, que ocorrem no próximo domingo (27), as quatro principais agências de pesquisa (Cifra, Equipos, Opción y Factum) dão vitória ao candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, com 20% dos votos acima de Álvaro Delgado, o ex-secretário da presidência corrupta e neoliberal de Lacalle Pou.  Caso nenhum dos 11 candidatos obtenha 50% mais um dos votos, o segundo turno está marcado para o dia 24 de outubro.

A liderança de Álvaro Delgado, ex-prefeito de Canelones, e de sua vice, Carolina Cosse, ex-prefeito de Montevidéu, é inquestionável, confirmam, enquanto Delgado, do Partido (Anti)Nacional, no atual governo, tem minguado e Andrés Ojeda, do Partido Colorado, oscilou para cima, mas sem que os porcentuais alcançassem o candidato de Lacalle Pou.

Estas eleições não só definem o futuro presidente e renovam  a composição do parlamento – composto por 30 senadores e 99 deputados -, como também definirão se haverá a reforma da Previdência, proposta pela central sindical PIT-CNT, com a redução de 65 para 60 anos na idade da aposentadoria e valorização dos benefícios.

De forma ridícula e atabalhoada, a coligação governista também propôs uma iniciativa, defendendo sejam realizadas batidas noturnas, iniciativa que a Constituição proíbe.

Com 2.766.323 eleitores, o Uruguai não permite o voto no exterior. Por conta disso, cerca de 600 mil uruguaios maiores de 18 anos que vivem fora, grande parte na Argentina, regressarão para se manter em dia com sua Credencial Cívica.

A unidade formada pelo Movimento de Participação Popular (MPP) de José Mujica, pelos partidos Comunista, Socialista, Democrata Cristão e várias expressões de esquerda tornam a Frente Ampla uma força com militância em todo o Uruguai, potencializada por 500 comitês de base. Contando com uma vida política interna participativa, demonstrada nas últimas eleições que definiu a composição presidencial Orsi-Cosse, a Frente tem vida, intenso debate interno e rompe com amarras burocráticas.

Demonstração disso foi a mobilização que conseguiu superar os 10% de assinaturas para o padrão eleitoral em julho passado, garantindo que a reforma previdenciária seja votada no próximo domingo junto às eleições. Enquanto setores conservadores da Frente Ampla puxaram o freio de mão, o presidente do PIT-CNT, o dirigente metalúrgicos Marcelo Abdala, os comunistas e socialistas festejaram e foram às ruas convocar para as ruas e urnas.

“A organização dos trabalhadores propôs um plebiscito modificando a Constituição. No programa da Frente Ampla há algumas ideias que coincidem com o conteúdo da votação do PIT-CNT. Por exemplo, para que a reforma seja aos 60 anos, o pilar da poupança seja sem fins lucrativos e algumas outras coisas”, explicou Carolina Cosse. Na avaliação da candidata à vice, esta foi uma “resposta a este governo que descumpriu promessas de campanha”.

Em relação à proposta da coalizão governamental de possibilitar que se invadam residências no período noturno, “lugar que é sagrado e inviolável”, Carolina Cosse reiterou que é completamente inadmissível. “À noite ninguém poderá entrar nela sem o consentimento do seu chefe, e durante o dia, somente mediante ordem expressa de juiz competente, por escrito e nos casos determinados em lei”, sublinhou.

HORA DO POVO

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