Diante das declarações da Espanha e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que falaram sobre a necessidade de a Venezuela fazer a recontagem dos votos com base nos papéis que são emitidos pelas urnas, o chanceler do país, Elías Jaua, pediu um encontro com o Corpo Diplomático credenciado no país.
Por Vanessa Silva, de Caracas
Durante uma coletiva de imprensa, o chanceler ressaltou que as eleições presidenciais se realizaram de forma transparente, com acompanhamento internacional “e isso demonstra eu não há nenhum elemento que possa ser usado para dizer que houve fraude ou alteração dos resultados emitidos pelo CNE [Conselho Nacional Eleitoral] como expressão do povo venezuelano”.
Nesta segunda-feira (15), maduro advertiu a Espanha: “cuidado, Espanha, que a Venezuela é livre porque conquistamos nossa independência. Cuidado governo da Espanha que se mete com o digno povo da Venezuela porque sabemos nos defender com dignidade”.
“Não se pode reconhecer um resultado somente quando ele é favorável a seus interesses”, disse Jaua e ressaltou que os governos não podem “opinar sobre o processo eleitoral venezuelano, uma vez que desconhecem o sistema do país”.
“Vamos preservar esta independencia, dignidade e respeito que Venezuela merece, contra quem seja e em qualquer cenário. Que ninguém se engane con a Venezuela. Nossa mão estendida de amizade, solidaridade, para trabajar juntos pelas melhores causas da humanidade, com todos os países do mundo, mas também com nossa mão firme para defender a soberania nacional”, sentenciou Jaua.
Reconhecimento internacional
Por outro lado, o chanceler agradeceu os países do mundo que reconheceram a decisão do povo venezuelano que elegeu Nicolás Maduro por uma margem de 1,78% de diferença sobre Henrique Capriles Radonski.
“Agradecemos o respeito e a compreensão da imensa maioria dos países do mundo, que respeitaram a decisão soberana do povo venezuelano, e a institucionalidade, representada pelo Conselho Nacional Eleitoral”, afirmou.
Os governos de Cuba, Equador, Bolívia, Argentina, Brasil, Nicarágua, Colômbia, China, Rússia e Irã enviaram os cumprimentos pela eleição. A União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que acompanhou todo o processo eleitoral, afiançou a legitimidade do processo e pediu respeito aos resultados porque emanam do único órgão competente para isso, o CNE.
“Toda reclamação, questionamento ou procedimento extraordinário que solicite algum dos participantes do processo eleitoral, deverão ser canalizados e resolvidos dentro do ordenamento jurídico vigente”, afirmou o argentino Carlos Chacho Álvarez. E concluiu que “ a Unasul foi testemunha de um amplo exercício de cidadania e liberdade por parte do povo venezuelano”.