Caracas, 13 de julho (Prensa Latina)
A semana foi marcada pelo andamento da campanha eleitoral dos candidatos à presidência da Venezuela, em um contexto de tranquilidade, paz e certa harmonia na maioria dos postulantes.
Nos 10 primeiros dias da campanha, que se encerrará em 25 de julho à noite, os concorrentes levaram aos eleitores suas propostas e fizeram promessas de avançar no desenvolvimento do país, embora com visões diferentes.
Apesar das diferenças políticas, quase todos os candidatos defendem a democracia nacional, a não interferência estrangeira e o progresso econômico, cada um com suas nuances.
Propostas dos candidatos
Nicolás Maduro, candidato à reeleição, defendeu esses princípios e reiterou a importância de um grande diálogo nacional entre todos os setores sociais, políticos e econômicos venezuelanos. Ele anunciou que, caso vença, assinará um decreto nesse sentido um dia após as eleições de 28 de julho.
Maduro também destacou os avanços econômicos obtidos nos últimos anos. No Conselho Nacional de Economia Produtiva, ele ressaltou a menor redução inflacionária em 39 anos, considerando esse resultado um “esforço nacional, empresarial e coletivo de todo o país”.
Ele afirmou que esses esforços criam “circuitos virtuosos na economia nacional, onde a produção cresce, a economia se fortalece e a inflação é mais controlada em termos reais”.
Concordâncias e divergências entre candidatos
A proposta de Maduro, que busca um terceiro mandato consecutivo, tem pontos em comum com a de Claudio Fermín, candidato pelo partido Soluciones para Venezuela, que propôs um “governo de amplitude política” envolvendo todos os setores da nação.
Fermín declarou que a oposição não deve derrubar o governo a qualquer custo, citando golpes de Estado, interferência estrangeira e “agitação permanente devido ao bloqueio, como estratégias para agravar a crise”.
Luis Eduardo Martínez, candidato pelo partido Acción Democrática, também defendeu a união nacional, afirmando que “todos devemos trabalhar juntos pela Venezuela, independentemente de filiação partidária ou voto”.
Em entrevista à Rádio Nacional da Venezuela, Martínez observou uma diferença entre a campanha presencial e a realizada nas redes sociais. Ele apontou que no presencial “há desejo de participação e resolução pacífica”, enquanto nas plataformas digitais prevalecem insultos, desqualificações e fake news.
Apoios independentes a Maduro
Durante a campanha, seis prefeitos da oposição se declararam independentes e apoiaram Maduro, alegando defender a paz, a estabilidade democrática e rejeitar a violência extremista.
Em comunicado, quatro desses prefeitos afirmaram: “denunciamos e rejeitamos qualquer tentativa de retorno à diatribe inútil e à violência como meio de obter posições políticas e poder”.
Esses prefeitos, de municípios dos estados de Cojedes, Barinas, Anzoátegui e Táchira, foram acompanhados pelo coordenador regional dos Movimentos Sociais Eleitorais do Partido Vente Venezuela de Carabobo, Félix Rivas, que retirou seu apoio à candidatura de Edmundo González. Rivas justificou sua decisão afirmando que González representa um “salto no escuro, perigoso para a paz e a estabilidade democrática”.
Chegada de observadores internacionais
Na última terça-feira (9), chegou a Caracas o Painel de Especialistas Eleitorais das Nações Unidas para acompanhar o processo eleitoral. Eles apresentarão ao secretário-geral António Guterres um relatório com “recomendações sobre melhorias para futuros processos eleitorais na Venezuela”.
O grupo, composto por quatro especialistas (duas mulheres e dois homens), já se reuniu com o chanceler Yván Gil, a diretoria do Conselho Nacional Eleitoral e o ministro da Defesa Vladimir Padrino.
Além disso, a comitiva da ONU tem encontros previstos com candidatos, partidos políticos e outros envolvidos no processo eleitoral.
Até o momento, mais de 635 observadores internacionais confirmaram sua participação nas eleições de 28 de julho, que contarão com 21 milhões 620 mil 705 eleitores registrados.