“Vemos com grande preocupação o fato de que o Estado colombiano veja o acompanhamento eleitoral internacional e a observação dos direitos humanos como risco para sua segurança”, diz nota do Fronteras Comunes

VANESSA MARTINA SILVA / COMUNICASUL

A Colômbia, país que mais mata lideranças de direitos humanos em todo o mundo, deteve e impediu que a observadora eleitoral estadunidense Teri Mattson ingressasse, neste domingo (22), no território, sob a alegação de que ela representaria “um risco para o Estado”. Está prevista sua deportação nesta segunda (23).

Mattson lidera a organização Code Pink: Woman for Peace para a América Latina, movimento de esquerda que trabalha, junto a mulheres, para acabar com o militarismo dos Estados Unidos e apoiar as iniciativas de paz e direitos humanos.

Ela foi convidada ao país pelo Comitê Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos CPDH, fundado em 1979, uma das instituições de direitos humanos mais prestigiadas do país.

Em seu Twitter, a ativista compartilhou o post de Franco Metaza criticando o governo do presidente Iván Duque: “governos de direita que não respeitam as regras democráticas básicas e violam os direitos humanos, mas a OEA (Organização dos Estados Americanos) e demais caudilhos da liberdade nunca vêm”. Na sequência, o comunicado na íntegra do Comitê Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos CPDH.

Em solo colombiano, ela deveria acompanhar o processo eleitoral do próximo dia 29 e avaliar a situação dos direitos humanos no país.

A decisão do governo diz que “por razões de soberania, quando existam fatos ou informações fundadas que indiquem que a pessoa representa um risco para a segurança do Estado ou à convivência cidadã deve ser negado o acesso ao país”.

“Vemos com grande preocupação o fato de que o Estado colombiano veja o acompanhamento eleitoral internacional e a observação dos direitos humanos como risco para sua segurança. Ambos os mecanismos de apoio internacional são fundamentais e estão endossados internacionalmente como parte da garantia de uma das eleições justas e transparentes”, afirmou o grupo Fronteras Comunes, em nota divulgada à imprensa.

Nos últimos anos, Mattson participou de processos de observação eleitoral em cinco países latino-americanos.

Confira o comunicado completo do Comitê Permanente de Direitos Humanos:

*A reprodução deste conteúdo é livre, desde que citada a fonte e a lista de entidades e organizações que apoiam esta cobertura, como no rodapé a seguir.

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