
Presidente da União Geral dos Escritores Palestinos anunciou a parceria para editar escritores palestinos no Brasil e brasileiros na Palestina
O secretário-geral da União Geral dos Escritores Palestinos (UGEP) veio ao Brasil para firmar um acordo de cooperação cultural om a União Brasileira de Escritores para a realização de um projeto que estabeleça um intercâmbio de aprofundamento do conhecimento da literatura pelos dois povos através da publicação de autores brasileiros na Palestina e de autores palestinos no Brasil.
Na coletiva da sexta-feira, dia 11, realizada no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, auditório Vladimir Herzog, organizada pela Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal, representada pelo presidente da entidade palestina no Brasil, Ualid Rabah), Murad Sudani denunciou o assassinato de 47 escritores desde o início do massacre israelense na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
O escritor palestino destacou que a força da Resistência Palestina à ocupação e ação de extermínio pelo regime israelense reside no apego do milenar povo palestino à sua terra e que o “abraço à sua história, suas oliveiras, suas flores, às pedras com que constroem suas casas está presente na literatura que o convênio trará ao conhecimento dos brasileiros”.
Sudani ressaltou a importância do fortalecimento da relação com a cultura brasileira, “tanto assim que o próprio presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas está acompanhando minha visita ao Brasil”.
O Sindicato dos Jornalistas se fez representar pelo secretário-geral José Eduardo; Norian Segatto, também diretor do Sindicato, representou a Federação Nacional dos Jornalistas; Nathaniel Braia representou o Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo.
Presentes os jornalistas Guto Camargo, diretor do SJSP; André Lucena (revista Carta Capital); Leonardo Severo (Hora do Povo); Andrés Sal.ari (HispanTV); Leo (portal Resistente, que contribuiu para esta matéria com a filmagem do evento); Rodolfo e Eleonora Lucena (Tutameia).
Também acompanharam a coletiva os diretores da Fepal, Samia e Ualid Shukeiri.
O mergulho na questão palestina, pela visão de um de seus destacados escritores, trouxe aspectos especiais de aprofundamento a ponto de considerarmos importante transcrever e oferecer aos nossos leitores.
HORA DO POVO
“Roubaram as terras palestinas e renomearam a geografia e nome das mais de 500 aldeias destruídas, roubaram as casas dos palestinos que tiveram que se exilar sob terror, os colonizadores recém-chegados da Europa construíram aldeias nas terras assaltadas aos palestinos”, disse Murad Sudani ao iniciar sua exposição.
Ele prosseguiu ressaltando que “as casas construídas por eles nas terras assaltadas aos palestinos na Cisjordânia, são erguidas com pedras roubadas na nossa região”.
“Ao adotarem a comida árabe como parte central de sua culinária deixam claro que a relação que afirmam ter com a terra palestina inexiste. A relação que estabeleceram com aquela terra, transplantando o modelo europeu para essa região do Oriente Médio, é artificial e superficial.
De forma inteiramente oposta, a relação dos palestinos com sua terra é milenar e profunda. Como podemos observar quando uma mulher palestina abraça o tronco de uma oliveira que acabou de ser cortada pelo vandalismo dos colonos judeus na Cisjordânia.
O abraço à oliveira tem uma simbologia especial, pois a milenar oliveira é a árvore nacional para os palestinos. Faz parte do vandalismo do ocupante israelense a poda destrutiva de milhares de oliveiras.
Uma dupla agressão, a simbólica e a do alimento, pois a azeitona e o óleo de oliva são itens essenciais na alimentação dos palestinos.
Isso demonstra uma questão essencial: como eles não possuem raízes locais, tentam arrancar as raízes do povo palestino.
Já demonstramos inúmeras vezes que isso é impossível. Agora mesmo com o genocídio em curso em Gaza, vemos palestinos que preferem morrer a deixar sua terra atacada em Gaza.
É um povo teimoso quando se trata de seu apego à terra. O apego à terra se dá com o coração.
Mesmo com parentes queridos mortos pelas bombas de Israel os palestinos agradecem a Deus serem palestinos, terem nascido palestinos.
Vemos jovens e até crianças saindo dos escombros de suas casas destruídas em Gaza fazendo o V da vitória.
Nós deixamos claro aos israelenses e ao mundo, não renunciamos à condição de povo palestino.
HORA DA CONSCIÊNCIA MUNDIAL
O apoio à criação do Estado da Palestina, íntegro e viável é um desafio à consciência humana e mundial.
Aqui vim para contribuir para que chegue ao povo brasileiro, o máximo de conhecimento acerca do sofrimento injusto a que estão sendo submetidos os palestinos. Em nossa luta chegamos a um ponto em que necessitamos da solidariedade do mundo.
É importante ressaltar que a defesa da Palestina é mais do que uma ideia justa, é a defesa da Humanidade. Quando defendemos a Palestina, estamos defendendo a beleza dessa Humanidade, a beleza do mundo. É a defesa da vida, em última instância.
Estamos posicionados em defesa da felicidade, da justiça, da paz. Aí defendemos a virtude e o bem em geral. Contra o assassinato, a morte, a destruição. Contra os atentados, contra o conceito de que se pode simplesmente matar o outro, como se esse fosse o direito dos que se julgam excepcionais.
AQUI ESTAMOS POSICIONADOS CONTRA A ESCURIDÃO
Aqui estamos posicionados contra a escuridão. Contra a lei da morte. Não é por acaso que o fundador da nossa entidade, foi Ghassan Kanafani, um dos maiores teóricos e intelectuais da Resistência Palestina, assassinado em um atentado em Beirute.
Venho de uma família palestina, todos nós expulsos da cidade de Haifa.
Na minha casa, na casa de meus pais, meus avós, mora hoje alguém que não conheço, um dos colonos que pode ter vindo da Polônia, da Holanda, da Rússia…
E agora, depois das décadas de usurpação, têm o desplante de dizer ao povo de Gaza que simplesmente vá embora.
A ocupação da Palestina virou um sonho americano, como é o caso de Riviera sobre cadáveres idealizada por Trump, agora, mas eles se esquecem de sua acachapante derrota quando tentaram submeter o Vietnã.
Foram derrotados no Afeganistão, foram derrotados no Iraque. Sempre chega a hora em que o invasor tem que ir embora.
NO CARINHO POR SUAS FLORES E SUAS OLIVEIRAS, A PALESTINA VIVE
Ainda que matem muitos, não há como matar o povo palestino. A Palestina está nas suas flores, nas suas oliveiras, na areia da terra palestina, no sangue de seus mártires.
É por tudo isso que prezamos nossa literatura, é por isso que queremos divulgar nossa literatura, para que ela dialogue com a consciência das pessoas por todo o mundo.
E este é grande desafio do nosso tempo: se os literatos, os intelectuais, os acadêmicos não se mexerem diante desse massacre, diante do que se mexerão? Os assassinatos em massa que ocorrem em Gaza, são o massacre de toda a Humanidade. É um dos maiores atentados à vida e a toda a Humanidade.
Mas nós temos a certeza de que os povos não serão reprovados nesta prova a que está sendo submetida toda a Humanidade.
Essa é a nossa conclamação aos escritores, aos jornalistas brasileiros: venham compor esta frente em defesa do povo palestino, em defesa da Humanidade e contra o massacre.
VENCEREMOS O ÓDIO, A INJUSTIÇA, A USURPAÇÃO
Seremos vitoriosos nesta jornada contra a injustiça, o ódio, a usurpação, a opressão e a morte.
Há interesse econômico neste ataque a Gaza, os invasores falam no Canal Ben Gurion, que usaria o gás de Gaza atravessando a Faixa e daí levando o gás até a Europa. Como alternativa ao fornecimento de gás russo para os países europeus, fluxo que como sabemos tem sido sabotado.
Devemos notar que este fluxo idealizado pelas forças da ocupação e usurpação não atinge apenas a Rússia, atenta contra a China, contra o BRICS e, portanto, contra o Brasil.
É por isso que alertamos: este ataque não faz mal apenas ao povo palestino, eles fazem mal ao mundo inteiro.
Eles pensam que podem atacar o mundo inteiro, ir contra as leis e a convivência internacional porque os Estados Unidos os apoiam. É por isso que insistimos: o ataque israelense não é contra a vida e a beleza palestinas, é contra a vida e a beleza do mundo”, concluiu Sudani.
O primeiro a fazer perguntas ao escritor palestino foi Rodolfo Lucena (Tutameia). Questionou sobre a visão do escritor acerca da importância da literatura em um tempo de destruição, de guerra, de genocídio?
“Estamos na quarta geração da Revolução Palestina que cada vez mais, em todo o mundo, levanta como seu estandarte a bandeira da Palestina. Em todo esse período, os escritores palestinos atuam como se fossem camponeses arando a sua terra para o plantio da Resistência.
“Assim como Homero na Grécia antiga, buscamos contar a saga dos palestinos, mas do ponto de vista da mirada na formação de um novo homem, forjado na luta de seu povo e dedicado a ele. A importância central da literatura palestina, assim como a literatura relevante em todo o mundo é mostrar a riqueza da liberdade e, no nosso caso, testemunhar os horrores pelos quais os palestinos passam nestas décadas de ocupação e usurpação. Contar a verdade.
“Esse é o papel dos escritores e é também o papel dos comunicadores, ao nosso ver. Essa é a nossa missão consciente, assim o escritor, como é natural, vai um dia embora, mas seu legado permanece em seus escritos em sua criação literária.
“Eles podem até matar o escritor, mas não matam a sua criação”.
Norian Segatto, diretor da Federação Nacional dos Jornalistas, escritor e editor da Editora Lumiar, declarou que “seu relato nos emociona, quando afirma, em essência, que eles podem roubar as terras, mas não podem roubar os sonhos”.
“O Brasil tem uma história mais recente do que a Palestina, em torno de 500 anos de história. Mas aqui também houve um processo de apagamento, de esquecimento das lutas do nosso povo. Só mais recentemente essa história tem sido resgatada pela literatura”, disse Segatto que perguntou sobre as possibilidades que se abrem com o intercâmbio entre os textos literários das duas nações.
O presidente da FEPAL, Walid Rabah, informou que, “em maio, vamos trazer a este auditório o escritor Nur Massala, para o lançamento de um livro dele”.
COMPROMISSO HISTÓRICO COM A LUTA DO POVO PALESTINO
Norian destacou que “nós aqui no nosso sindicato temos um compromisso histórico com a luta do povo palestino”.
“Temos claro a importância do Brasil”, afirmou Sudani, “e se torna clara para nós a sua importância ao atuar desta forma aqui no Brasil. Vamos trabalhar para estabelecer uma liga cultural entre os nossos povos, promover o contato dos escritores brasileiros e palestinos. Levar o conhecimento do cenário cultural brasileiro ao povo palestino. Da mesma forma trazer ao conhecimento dos brasileiros do cenário cultural palestino aos brasileiros. Estamos prontos e valorizamos muito essa cooperação. O que é importante sempre e é mais ainda neste momento, em especial”.
“Na Palestina costumamos dizer que a liberdade está na escrita. A tradução, como nós sabemos, é decisiva para o conhecimento da literatura dos povos e, através dela, dos próprios povos. Estamos começamos e vamos continuar.
“E vamos convidar vários escritores e literatos para conhecerem a Palestina para ver, para não nos bastarmos apenas com a audição e a escrita. A presença é importante para expor a mentira da narrativa sionista sobre a nossa região”.
“A minha segunda questão”, disse ainda Norian, “é sobre a relação com os intelectuais israelenses, há algum contato, alguma relação com os intelectuais progressistas de lá? ”
“Sim, claro, não temos nada contra os judeus enquanto indivíduos ou um coletivo portador de uma cultura, de uma religião, nossa luta é contra a opressão exercida pelo Estado sionista de Israel. Ocorre que o clima em Israel é tão opressivo que muitos destes intelectuais que você cita, a exemplo do escritor Ilan Pappe, tiveram que sair de lá, pois não é fácil se opor àquele regime estando lá dentro.
“Deixamos claro, no entanto, que não se pode ser ‘progressista’ no vazio, nosso diálogo só é possível com os que condenam a ocupação dos territórios palestinos. Isso é a primeira condição para um relacionamento, um diálogo.
“Repito: nada temos contra o judaísmo, somos contra a ideologia sionista colonialista, de ocupação, de discriminação. Estes que se adequam a esta ideologia, na verdade se afastam da humanidade, perderam a sua própria humanidade”.
A seguir, Nathaniel Braia destacou que “o Brasil desenvolveu uma literatura muito rica, muito desenvolvida, mas é um país dependente se considerarmos a cadeia imperialista de dominação. Por isso que provavelmente até aqui vocês não tenham lido Machado de Assis, cuja produção literária ombreia com os grandes escritores dos demais povos. Graciliano Ramos e Jorge Amado estão entre os que se dedicaram a colocar o nosso povo na literatura”.
“Jorge Amado, eu conheço”, adiantou Sudani.
“Então esse conhecimento precisa se aprofundar”, prosseguiu Braia. “Essa iniciativa de vocês é uma iniciativa brilhante, mesmo porque, como disse aqui o Norian, ela é a literatura da Resistência à dominação colonial, esta imbricada na história da formação do povo brasileiro e merece ser divulgada”.
“Para temos o nosso país com a nossa independência, expulsamos o colonizador português, o francês e o holandês com seu exército o mais poderoso da época da invasão.
“E também, a Resistência do povo palestino é um exemplo para o povo brasileiro que pode se beneficiar de mais instrumentos para resistir a esse sistema que precisamos também superar e que, na prática, acaba implicando em juros que estão entre os mais altos do Planeta, também implica na desindustrialização do nosso país. Vamos nos tornando exportadores de matéria prima e importadores de produtos industriais com valor agregado, o que nos torna relativamente mais pobres”.
“A literatura palestina, portanto, é importante que chegue até aqui por ser uma literatura de Resistência e de um rumo à vitória”, prosseguiu Braia que perguntou sobre como a “literatura palestina se inspira na saga do seu povo, inspira, a formar e unificar o povo palestino”.
“Antes de tudo”, respondeu Sudani, “é preciso entender que o povo palestino é um povo árabe e que a nossa literatura integra o conjunto da literatura árabe. Nossa afirmação nacional se dá não só pela literatura, mas também pela música, pelas artes em geral.
“Entendemos e acompanhamos no mundo árabe os efeitos desse imperialismo norte-americano que impõe um capitalismo selvagem que está na origem do nosso atraso econômico relativo de muitos povos em relação aos mais desenvolvidos”.
Nós do Sindicato dos Escritores, além de parabenizar nos colocamos à disposição para fortalecer esta iniciativa”, acrescentou Braia.
“Muito obrigado. Estamos prontos para qualquer cooperação que ajude a fazer com que a voz palestina chegue até aqui e a dos brasileiros chegar em nossa terra”.
André Lucena da revista Carta Capital declarou que “está consolidado que nós vivemos uma tentativa de apagamento cultural da Palestina. Portanto, em que momento surgiu essa necessidade de estabelecer esta parceria entre a UBE e a UGEP?.
“Antes de tudo é preciso dizer que nós consideramos a ideia da Palestina livre, uma ideia universal. Com esse espírito nós estamos associados a esta literatura mundial de forma que vem se aprofundando nos últimos cem anos, principalmente desde quando começamos a enfrentar a invasão sionista. Uma literatura de um século de auge da literatura palestina.
“Iniciativas como essa parceria são também a forma que vamos encontramos para vencer nossa exiguidade de dinheiro que se exacerba com o ataque a nossos recursos pelo regime de Israel, um cerco financeiro que é sustentado pelos Estados Unidos e também por grande parte dos círculos de poder europeus.
“Um cerco que nos dificulta em nível de governo com dificuldade de garantir o pagamento dos salários dos nossos funcionários públicos. Isso tem dificultado uma ação de apresentar de nossa cultura no exterior por causa destas árduas condições.
“Mas o presidente palestino mostrou grande apreço por esta iniciativa e Abbas pessoalmente autorizou a disponibilização de recursos para a minha vinda a este encontro. Confirmando a importância que a Autoridade Palestina dá ao papel do Brasil.
“Esse intercâmbio já estava em nosso horizonte, mas se colocou mais urgente depois de outubro de 2023 quando teve início o mais recente massacre em Gaza.
“Nossa conclamação vai para os intelectuais, os escritores, os artistas e as lideranças de todos os países, se não se mobilizarem diante da dimensão desta barbárie, irão se mobilizar diante de quê?
“Nós estamos nos mobilizando, todos devem estar se mobilizando agora. Mas é importante ressaltar a nossa gratidão à UBE que tomou esta iniciativa de nos procurar. Uma oportunidade que se abre ainda mais agora que o Brasil vai passar a presidir o BRICS.
Leonardo Severo destacou seu encontro no ano 2000 com o presidente Yasser Arafat e disse que um dos aspectos da agressão bárbara sobre os palestinos, já naquela época, foi ver crianças com olhos vazados uma vez que os soldados israelenses faziam de alvo, onde atiravam com balas de aço revestidas com borracha para aterrorizar e desestimular manifestações contra a ocupação com a participação dos jovens palestinos. “Como essa barbárie se fez presente na literatura palestina?”
“Toda a nossa história povoa a nossa literatura”, declarou o escritor, “está presente aí o período da Intifada, a Revolução das Pedras, quando entre outras atrocidades o regime israelense quebrava com pedras os ossos de jovens palestinos.
Leonardo ressaltou ainda “a importância dessa troca de informações para reforçarmos a denúncia dos crimes israelenses”.
Eleonora Lucena (Tutameia) perguntou do envolvimento das potências não hegemonistas, como a Rússia e a China no trato com a questão palestina.
“A realidade é que está havendo uma mobilização para deter o genocídio, mas ainda é muito débil para parar a máquina de guerra de Israel. O mundo precisa de líderes que batam na mesa”.
Leo do portal Resistente perguntou sobre a repressão às manifestações nos EUA.
“Essa repressão desmesurada é uma demonstração de que esse poder imperial hegemonista está em declínio, essa unipolaridade está se esfacelando. O surgimento do BRICS é uma clara demonstração disso. O que tem que ficar claro é que esta selvageria não pode continuar”, esclareceu Sudani.
“Como já disse o ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln, é possível enganar as pessoas por algum tempo, mas não o tempo todo. Agora mesmo a verdade está aparecendo para todos. Como já disse, estamos diante de fatos que desafiam a consciência mundial. Neste momento, cada líder e mesmo cada pessoa está diante do questionamento: você está com quem chacina, ou está do lado dos vitimados?
“A falsidade não pode e não vai prevalecer, a verdade se impõe cada vez mais e nós estamos do lado dela.
Braia leu a última poesia da palestina Heba Abunada, escrita pouco antes de ser assassinada por bombardeio em Gaza e comentou que “o jornalismo mobiliza as pessoas através das denúncias, a literatura é capaz de mobilizar através das emoções”.
“É verdade”, disse Sudani, “mas o jornalismo também pode mobilizar as emoções se o jornalista sentir o calor humano, se identificar com o sofrimento, se deixar falar com sua sensibilidade, com seu coração. Isso é tão mais possível se ele for realmente veraz. O que o momento pede é que a voz da imprensa não seja fria. Embora seja verdade que a literatura consegue mexer com as emoções, a imprensa penetrara mais quanto mais cálida for”, concluiu Murad Sudani.
Segue aqui o link para o vídeo acerca do evento produzido pelo jornalista Andrés Sal.ari para a HispanTV: