Jonatas Campos, Caracas – Venezuela

O grande encerramento da campanha de Nicolás Maduro que encheu as maiores avenidas do centro de Caracas, também lembrou o 11 de abril de 2002, data do golpe de estado fracassado contra o presidente Hugo Chávez.

Jorge Luís García, governador de Vargas.
Foto: Renata Mielli


Em 11 de abril de 2002 um complô entre grandes grupos de mídia, empresários, setores da Igreja Católica e militares depôs o presidente Hugo Chávez por 47 horas. Sem respaldo e ante enormes protestos sociais, o golpe fracassou e Chávez retomou o poder no que foi a intentona mais curta da história da América Latina.
“Estamos completando exatamente 11 anos de um golpe facista, que lamentavelmente deixou 39 pessoas mortas na cidade de Caracas. Hoje, mais que recordar esses mártires, recordamos Chávez”, disse ao Comunicasul o general Jorge Luís García Carneiro, atual governador do Estado de Vargas, na costa central do país e vizinho da capital Caracas.

O político orgulha-se de ter participado de um grupo de oficiais que permaneceu fiel ao presidente Chávez. “Junto com outros oficiais e o povo recuperamos o fio constitucional”, concluiu o general que já passou pelos mais altos postos do Exército e foi reeleito governador no pleito de dezembro de 2012.

“O que eu lembro? Capriles na embaixada de Cuba fazendo desastres. O que eu lembro? Quando tiraram a foto do Bolívar e a colocaram num banheiro. O que eu lembro? Quando saíram como uns ratos a destroçar o país”, sentencia Rosa Castro, 51 anos, que estava acompanhada de sua filha ao comício de Nicolás Maduro.

Maria já aos 14 anos estava nos protestos em favor de Chávez.
Foto: Renata Mielli
Apesar de jovem, Maria de Los Angeles, diz que viveu na pele o golpe de 2002. Mesmo jovem, com 14 anos, esteve nas manifestações em defesa do governo Chávez. “Estava perto do Palácio de Miraflores. O que vi foi a oposição vindo. Estávamos na Ponte Llaguno e eles começaram a usar a Polícia Metropolitana contra nós”, lembra.

“Às seis da manhã estávamos perto do Palácio e não entendíamos nada porque cortaram o sinal da VTV”, explica, lembrando que a televisão estatal foi invadida pelos golpistas. “Posso parecer extremista, mas eu prefiro estar morta que ver a direita governar. Não tenho meios termos”, concluiu.

Já a experiente Maria Conceição Herrena, aposentada de 82 anos, faz comparação do golpe com a ditadura de Franco, na Espanha, seu país de nascimento. “Vi o que foi a tentativa de golpe contra Chávez no 11 de abril de 2002, assim como lembro da tragédia do governo facista de Franco na Espanha. Capriles, esse menino riquinho, lembra ele (Franco)”, ataca a senhora que enfrentava sol forte para ouvir o último discurso de campanha de Maduro.

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