Foto: AVN |
A tensão política já é menor na Venezuela, sem nenhum registro de confronto motivado pelo resultado eleitoral nesta quarta (17). Os pedidos de paz feitos por governo e oposição acalmaram os ânimos, ainda que seus discursos não poupassem ataques mútuos.
Vinicius Mansur, de Caracas, Venezuela
Após ações violentas que deixaram sete chavistas mortos entre a madruga de segunda (15) e terça-feira (16), a Venezuela amanheceu menos tensa na quarta-feira (17), sem nenhum registro de confronto motivado pela pugna eleitoral. Os pedidos de paz feitos pelo presidente eleito, Nicolás Maduro, e pelo candidato derrotado, Henrique Capriles, acalmaram os ânimos, ainda que seus discursos não poupassem ataques mútuos.
Ao invés da marcha opositora prevista para quarta, com alto potencial de conflito e por isso proibida por Maduro e posteriormente desconvocada por Capriles, o centro de Caracas foi palco para o show “Pela Paz e pela Vida”. Organizada pelo governo, na praça Diego Ibarra, ao lado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o evento segue por toda a tarde com um total de 30 atrações musicais, entre elas Leo Vargas, Omar Acedo, Lloviznando Cantos e Los Cadillacs.
Desde terça (15) o clima já estava mais tranquilo em Caracas. O que se viu foram algumas concentrações públicas feitas pela oposição em bairros abastados, à tarde, sem grandes distúrbios. À noite, a partir das 20h, o embate travado nas ruas foi meramente sonoro: os opositores batiam panelas, enquanto chavistas soltaram fogos.
Tensão midiática
Já na internet, algumas horas depois, Capriles e Maduro voltaram a alertar a população. Pelo twitter, o opositor disse que “o governo ordenou esta noite grupos armados com camisetas nossas quebrar vidros de carros, atacar gente, gerar violência” e, em seguida, disse, que “qualquer coisa que me aconteça na Residência Oficial em Los Teques [casa oficial do governador de Miranda] faço responsável Nicolás Maduro!”.
O presidente eleito – que só terça recuperou sua conta no microblog, hackeada no dia da eleição – respondeu: “sou homem de paz e de palavra, ordenei ao Sebin [Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional] para manter a proteção ao ex-candidato da direita. Apesar que dispensou quem o protegia”. E completou: “porque em sua loucura de ódio e desespero são capazes de tudo. Só peço sensatez e que cesse a intolerância e a violência fascista. Paz”. Minutos mais tarde, Maduro postou: “Temos informação que a direita está armando grupos com camisetas vermelhas para simular ataque. Alertei todos os corpos de segurança”.
Já na televisão, os meios privados praticamente não repercutiram os feitos violentos. O destacado jornalista conservador do canal Globovisión, Leopoldo Castillo, chegou a questionar ao vivo a existência de mortos, insinuado tratar-se de uma armação do governo.
Em entrevista a rádio Noticia24, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), Pedro Maldonado, disse “observar com preocupação como, desde segunda-feira, os meios de comunicação invisibilizaram a situação de violência”.
Nesse contexto, o presidente eleito foi ao ar em cadeia nacional (sintonização de todos os canais numa mesma transmissão) por quatro vezes, entre a manhã e a noite de ontem. Por meio desse recurso, Maduro, entre outras coisas, citou o resultado dos distúrbios, anunciou que não permitiria que a marcha da oposição chegasse até o centro de Caracas, convocou a população a não cair em provocações e atacou por diversas vezes Capriles, responsabilizando-o pela violência.
Capriles também seguiu fomentando a briga. Em coletiva de imprensa no mesmo dia, transmitida pela Globovisión, o opositor cancelou a marcha, mas culpou o governo de forjar a violência para invisibilizar suas denúncias de fraude eleitoral.
Ao longo do dia, os meios de comunicação estatais trataram de informar detalhes sobre a violência que deixou sete mortos, 63 feridos e 170 detidos pelos distúrbios. Também foram atacados oito Centros de Diagnóstico Integral (CDI), três sucursais da da rede de supermercados estatal Mercal e três sedes do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
De acordo com a Agência Venezuela de Notícias foram mortos os chavistas José Luis Ponce, Ender Agreda, Henry Manuel Rangel, Keler Enrique Guevara, Luis García Polanco, Rey David Sánchez e Jonathan Antonio Hernández Acosta.
Ao invés da marcha opositora prevista para quarta, com alto potencial de conflito e por isso proibida por Maduro e posteriormente desconvocada por Capriles, o centro de Caracas foi palco para o show “Pela Paz e pela Vida”. Organizada pelo governo, na praça Diego Ibarra, ao lado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o evento segue por toda a tarde com um total de 30 atrações musicais, entre elas Leo Vargas, Omar Acedo, Lloviznando Cantos e Los Cadillacs.
Desde terça (15) o clima já estava mais tranquilo em Caracas. O que se viu foram algumas concentrações públicas feitas pela oposição em bairros abastados, à tarde, sem grandes distúrbios. À noite, a partir das 20h, o embate travado nas ruas foi meramente sonoro: os opositores batiam panelas, enquanto chavistas soltaram fogos.
Tensão midiática
Já na internet, algumas horas depois, Capriles e Maduro voltaram a alertar a população. Pelo twitter, o opositor disse que “o governo ordenou esta noite grupos armados com camisetas nossas quebrar vidros de carros, atacar gente, gerar violência” e, em seguida, disse, que “qualquer coisa que me aconteça na Residência Oficial em Los Teques [casa oficial do governador de Miranda] faço responsável Nicolás Maduro!”.
O presidente eleito – que só terça recuperou sua conta no microblog, hackeada no dia da eleição – respondeu: “sou homem de paz e de palavra, ordenei ao Sebin [Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional] para manter a proteção ao ex-candidato da direita. Apesar que dispensou quem o protegia”. E completou: “porque em sua loucura de ódio e desespero são capazes de tudo. Só peço sensatez e que cesse a intolerância e a violência fascista. Paz”. Minutos mais tarde, Maduro postou: “Temos informação que a direita está armando grupos com camisetas vermelhas para simular ataque. Alertei todos os corpos de segurança”.
Já na televisão, os meios privados praticamente não repercutiram os feitos violentos. O destacado jornalista conservador do canal Globovisión, Leopoldo Castillo, chegou a questionar ao vivo a existência de mortos, insinuado tratar-se de uma armação do governo.
Em entrevista a rádio Noticia24, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), Pedro Maldonado, disse “observar com preocupação como, desde segunda-feira, os meios de comunicação invisibilizaram a situação de violência”.
Nesse contexto, o presidente eleito foi ao ar em cadeia nacional (sintonização de todos os canais numa mesma transmissão) por quatro vezes, entre a manhã e a noite de ontem. Por meio desse recurso, Maduro, entre outras coisas, citou o resultado dos distúrbios, anunciou que não permitiria que a marcha da oposição chegasse até o centro de Caracas, convocou a população a não cair em provocações e atacou por diversas vezes Capriles, responsabilizando-o pela violência.
Capriles também seguiu fomentando a briga. Em coletiva de imprensa no mesmo dia, transmitida pela Globovisión, o opositor cancelou a marcha, mas culpou o governo de forjar a violência para invisibilizar suas denúncias de fraude eleitoral.
Ao longo do dia, os meios de comunicação estatais trataram de informar detalhes sobre a violência que deixou sete mortos, 63 feridos e 170 detidos pelos distúrbios. Também foram atacados oito Centros de Diagnóstico Integral (CDI), três sucursais da da rede de supermercados estatal Mercal e três sedes do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
De acordo com a Agência Venezuela de Notícias foram mortos os chavistas José Luis Ponce, Ender Agreda, Henry Manuel Rangel, Keler Enrique Guevara, Luis García Polanco, Rey David Sánchez e Jonathan Antonio Hernández Acosta.