França e Espanha ratificam apoio e secretário-geral da OEA deseja êxito ao presidente eleito da Venezuela Nicolás Maduro. A grande maioria dos países da América Latina e Caribe também já enviaram congratulações, assim como todos os países dos BRICS. EUA pede recontagem dos votos, mas recebem resposta: “Comece por seu próprio pátio, senhor secretário”
Vinicius Mansur, de Caracas, Venezuela
O governo francês reconheceu nesta quarta-feira (17) Nicolás Maduro como presidente eleito da Venezuela. O porta voz do Ministério de Relações Exteriores francês, Philippe Lalliot, afirmou que seu governo leva em conta a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, “autoridade competente nessa matéria”.
Lalliot também afirmou que a França pede “o diálogo e o respeito à ordem institucional”, em referência aos distúrbios vividos pela Venezuela após a oposição exigir a recontagem dos votos. Maduro foi proclamado presidente após ganhar o pleito com 1,7% de votos a mais do que seu principal opositor, Henrique Capriles.
A França é o terceiro país da União Europeia a manifestar tal reconhecimento. Portugal e Espanha também o fizeram. Ao contrário das dúvidas lançadas sobre a eleição pelo chanceler espanhol, José Manuel García-Margolló, há dois dias, o governo espanhol disse em comunicado nesta terça (17) que “respeita a proclamação por parte do CNE de Nicolás Maduro Moros”.
Situação semelhante aconteceu com a Organização dos Estados Americanos (OEA). Há dois dias o seu secretário-geral, José Miguel Inzulza, lançou as mesmas dúvidas. Mas em reunião extraordinária da entidade nessa quarta-feira (17), Inzulza disse “desejar ao presidente eleito o maior êxito no cumprimento de suas funções” e se preocupar “com os feitos violentos ocorridos na Venezuela”. A OEA, entretanto, ainda não emitiu comunicado oficial.
Na América Latina e Caribe, o reconhecimento de Maduro também já foi pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Equador, Bolívia, Colômbia, Chile, Haiti, Nicarágua, Cuba, El Salvador, Guatemala, México, Peru, República Dominicana e Trinadade e Tobago. Também congratularam o novo presidente China, Rússia, Irã, Síria, Índia e África do Sul.
EUA
Já o governo dos Estados Unidos segue fomentado a dúvida sobre a legitimidade da eleição de Maduro. O secretário de estado, John Kerry, disse hoje ao Comitê de Assuntos Estrangeiros da Câmara de Representantesque o reconhecimento ainda ´precisa passar por uma avaliação. “Achamos que deve haver uma recontagem”, afirmou.
Na Venezuela, o chefe de campanha de Maduro, Jorge Rodriguez, rechaçou as declarações de Kerry e lembrou que as urnas eletrônicas usadas em seu país são da mesma empresa, Smartmatic, que presta serviço as eleições dos Estados Unidos. “A diferença é que aqui nós fazemos auditoria de 54% das urnas, lá eles fazem zero de auditoria. Exigimos a recontagem das eleições dos EUA como está pedindo o senhor Kerry para Venezuela. Comece por seu próprio pátio senhor secretário”, disse Rodriguez.